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Funicular Graça

CATEGORIA
Construção
CLIENTE
EMEL - Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa, E. M., S. A.
LOCALIZAÇÃO
Entre a Rua dos Lagares 24, na Mouraria, e o Miradouro Sophia de Mello Breyner Andresen (antigo Miradouro da Graça)
ANO
2023

O Miradouro da Graça é um espaço criado pela torre e fachada da nave da Igreja da Graça que está inserido numa zona de protecção - (Convento da Graça, restos das Cercas de Lisboa e Castelo de São Jorge) e onde existe ainda um notável conjunto de arvoredo que forma uma canópia de significativa importância nesta zona da cidade. A obra teve como ponto de partida, conhecer as condicionantes e o património existente para poder intervir em consciência sobre o mesmo.

Após os estudos dos especialistas, que fizeram o retrato real das várias fases do projecto, a instalação do funicular desenvolveu-se numa infraestrutura de betão armado contemplando um traçado ao longo da encosta e num perfil de inclinação constante, tendo ainda uma estrutura em túnel na zona de chegada à Gare do Miradouro. Para o efeito foi necessário proceder-se à realização de uma escavação com cerca de 11.0 m de altura máxima. Este projecto foi subdividido em 4 troços estruturais separados entre si por juntas de dilatação:
1 – Gare da Rua dos Lagares;
2 – Intercepção com o Jardim da Cerca da Graça;
3 – Laje vigada;
4 – Gare de chegada ao Miradouro da Graça.

A intenção desta subdivisão foi de permitir separar os troços com comportamentos distintos por juntas de dilatação. No percurso existem 2 patamares para embarque e desembarque das cabinas, um no limite superior da via, outro no limite inferior da via. Junto do limite inferior da via existe um compartimento para a casa das máquinas onde serão colocados o grupo-motriz do Funicular e todos os equipamentos de comando e controlo da instalação.

A Gare da Rua dos Lagares é um edifício que possui o piso 0, uma cave enterrada a sensivelmente 3m de profundidade (piso -1) e um poço do funicular com mais de 9m de profundidade (piso -2). Possui dois níveis de cobertura distintos, englobando o primeiro nível a cobertura da entrada e a cobertura inclinada do funicular e o segundo nível de cobertura engloba a cobertura do edifício propriamente dita que se encontra a cerca de 9 m de altura em relação à cota do piso 0. Quanto ao Edifício da Gare de Chegada ao Miradouro, parte da escavação para a realização do edifício foi realizada com recurso ao método de Muros de Munique formando um “U” aberto a poente, delimitando a fronteira da escavação.
Já o muro construído na zona de chegada do funicular funciona como secção em “U” entre o piso 0 e o piso -1 servindo a viga de escora entre os dois muros. Do piso -1 ao piso -2 funciona como secção rectangular fechada pelo que se revelou necessário adoptar uma espessura superior pela maior pressão de terras.

Esta intervenção, no âmbito do “Plano de Acessibilidades suaves e assistidas à colina do Castelo”, veio harmonizar não só a revalorização em termos sociais e urbanos, fruto da melhoria dos acessos, como recentrou a sua atractividade turística enquanto zona histórica e classificada, parte do importante património local em toda a sua essência.